domingo, 22 de setembro de 2013
LEISHMONIOSE VISCERAL CANINA
A leishmaniose é uma doença letal, com grande capacidade de se disseminar. Seu agente etiológico é o protozoário do gênero Leishmania (que causa tanto a Leishmaniose visceral como a cutânea), e acomete cães, sem predisposição sexual, de idade ou raça, ocasionalmente os gatos, e também o homem.
A Infecção é trasmitida entre os animais, e entre animais e humanos, através do vetor flebotomíneo. O diagnóstico ainda é inviável, devido à inexistência de um teste diagnóstico 100% específico e sensível. Existem tratamentos, mas a melhor maneira é a prevenção.
A Leishmaniose visceral hoje é considerada uma zoonose emergente devido à sua alta incidência e letalidade, principalmente em indivíduos desnutridos ou imunocomprometidos.
AGENTE ETIOLÓGICO:
Os agentes etiológicos da Leishmaniose Visceral Canina são protozoários do gênero Leishmania (causadora de dois tipos de doenças: visceral e cutânea), a visceral tem como agentes etiológicos L. donovani e L. chagasi.
As Leishmanioses podem produzir manifestações cutâneas, mucocutâneas, cutâneas difusas e também viscerais. Na natureza todas as espécies de Leishmania existentes são transmitidas ao homem e a outros mamíferos por meio da picada de fêmeas de insetos hospedeiros infectados. Os hospedeiros invertebrados estão restritos a espécies de flebotomíneos hematófagos especialmente à subspécie Lutzomya longipalpis e ao gênero Phlebotomus.
Os principais reservatórios da doença estão limitados a grupo específico de mamíferos da família Canidae, sendo o cão o mais importante reservatório quando se considera a forma zoonótica da doença.
As leishmanias se apresentam como protozoários circulares ou ovais, variando entre2 e 5 µm. Em cultivos, ou nos flebotomíneos transmissores a Leishmania asssume forma alongada, com longo flagelo terminal livre, denominada na forma de promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor ou amastigota nos tecidos dos vertebrados.
O ciclo da Leishmania envolve o hospedeiro vertebrado e o vetor flebotomíneo. Nos hospedeiros mamíferos, a Leishmania é obrigatoriamente um parasito intracelular e existe na forma amastigota no interior de células do sistema mononuclear-fagocitário. Sua multiplicação se dá por divisão binária, ocorrendo repetidamente até a destruição das células hospedeiras. No trato alimentar dos flebotomíneos, as forma amastigotas se transformam em paramastigotas e promastigotas. A transmissão da doença para os hospedeiros vertebrados ocorre através da inoculação das formas promastigotas infectantes durante o repasto sanguíneo realizado pela fêmea de insetos flebotomíneos.
Após a inoculação nos hospedeiros mamíferos, as promastigotas infectantes ligam-se aos macrófagos por meio de diversos receptores celulares, sendo fagaocitadas e se localizam em um vacúolo que se funde com lisossomas, denominado vacúolo parasitóforo. Os parasitos sobrevivem à fagocitose e sofrem diversas transformações metabólicas, sendo convertidos em formas amastigotas, que se multiplicam e rompem as células hospedeiras para então infectarem outras células mononucleares. Entre a contaminação, o período de incubação até o aparecimento dos sintomas é bastante variável, tanto para o homem quanto para o cão, podendo ir de 10 dias a 24 meses no homem e de três meses a vários anos no cão.
Após a inoculação pelos flebotomíneos, na pele dos cães susceptíveis, a maioria dos parasitos é eliminada pelos fatores do complemento, enquanto outros sobrevivem usando diferentes estratégias . No segundo caso, em alguns animais há o desenvolvimento de resposta imune adequada e controle da infecção, enquanto que em outros há disseminação dos parasitos da pele para os linfonodos, o baço e medula óssea e para todo o organismo.
EPIDEMIOLOGIA:
A Leishmaniose visceral é considerada atualmente uma doença emergente e reemergente, tanto em áreas rurais como urbanas, ela ocorre em áreas mais quentes, possui larga distribuição em áreas tropicais e subtropicais, se estendendo desde a América Central e do Sul até os países mediterrâneos, África, Ásia central, Índia e China.
A Leishmaniose visceral canina (LVC), é uma antropozoonose de distribuição cosmopolita com ocorrência em 88 países.
A doença é de caráter crônico e apresenta crescente incidência no Brasil, pode assumir formas graves e letais quando não tratada adequadamente, principalmente em crianças, idosos e pacientes imunodeprimidos. O padrão transmissão da doença tem apresentado mudanças importantes, inicialmente predominado pelas características de ambientes rurais e periurbanas e, mais recentemente, em centros urbanos como Rio de Janeiro (RJ), Corumbá (MS), Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Bauru (SP), Palmas (TO), Três Lagoas (MS), Campo Grande (MS), entre outros.
SINAIS CLÍNICOS:
A doença no cão é de evolução lenta. A leishmaniose visceral canina é uma doença sistêmica severa cujas manifestações clínicas estão sempre dependentes do tipo de resposta imunológica do animal infectado. O quadro clínico dos cães infectados apresenta características clínicas que varia do estado sadio a um severo estágio final.
As síndromes variam desde lesões cutâneas autolimitantes até doença sistêmica fatal. A leishmaniose visceral se inicia como uma lesão cutânea e, posteriormente, a infecção dissemina-se sistemicamente. Dentre os sintomas da LVC, as alterações dermatológicas são as mais comuns. Estas ocorrem em 68% dos casos e o animal afetado pode apresentar um quadro clínico caracterizado por alopecia focal ou generalizada, lesões crostosas, principalmente no focinho, nas orelhas e nas extremidades entre outros.
Observa-se uma dermatite esfoliativa não pruriginosa, que afetam frequentemente a face, especialmente ao redor dos olhos, do nariz e das orelhas, e os pés, mas as lesões podem ser generalizadas. Os pêlos ficam finos e quebradiços, a pele fica escamosa, espessada e, algumas vezes, despigmentadas, e as unhas ficam frequentemente longas e quebradiças. A onicogrifose é um sinal marcante da doença canina, observada em cerca de 25% dos animais com LVC. Podem ser observadas úlceras e pequenos nódulos intradérmicos, provavelmente decorrentes da multiplicação das formas amastigotas na epiderme produzindo um processo inflamatório local ou de uma vasculite necrotizante causada pela deposição de imunocomplexos.
Em cães encontram-se nódulos intradérmicos e úlceras, já em gatos geralmente são encontrados nódulos cutâneos. Podem ocorrer alopecia, eritrema e, especialmente descamação e ulceração.
Após as alterações cutâneas, o sinal clínico mais comumente descrito na LVC é a linfoadenomegalia.
As manifestações oculares nos cães com leishmaniose visceral são variadas, sendo a uveíte e a conjuntivite as mais freqüentes.
A deposição de imunocomplexos nos rinseventualmente resulta em glomerulonefrite proliferativa e, em muitos casos, em nefrite intersticial, podendo levar a uma insuficiência renal, que é muitas vezes, a principal causa de morte em cães com leishmaniose. As leishmanias também se multiplicam em macrófagos do fígado, produzindo uma hepatite ativa crônica e, eventualmente, hepatomegalia, vômitos, poliúria, polidipsia, anorexia e perda de peso. As alterações hepáticas e renais levam a uma hipoalbuminemia que, juntamente com fatores vasculares locais, podem levar à formação de edema de membros. Nas fases finais da doença pode-se observar também ascite e edema generalizado. Os animais acometidos por leishmaniose visceral desenvolvem tolerância ao exercício, anorexia e grave perda de peso, além de diarréia, vômito, epistaxe. É possível observar animais com quadros de diarréia crônica e melena, devido à presença de ulcerações de mucosa gástrica e intestinal. A enterite pode ser resultado de um dano parasitário direto ou conseqüência de uma insuficiência renal.
DIAGNÓTISCO:
Existem basicamente três categorias de provas utilizadas para o diagnóstico: os métodos parasitológicos, os métodos imunológicos e os métodos moleculares.
A forma mais segura de diagnóstico de leishmaniose visceral canina é a observação direta de formas amastigotas do parasito em esfregaços de linfonodos, medula óssea, aspirado esplênico, biópsia hepática e até esfregaços sanguíneos. A identificação das formas amastigotas depende de treino, experiência e habilidade do examinador. A principal desvantagem deste método é a sensibilidade de apenas 50% nos aspirados de medula óssea e menos de 30% nos aspirados obtidos de linfonodos. Outra desvantagem desses procedimentos, que embora ofereçam a vantagem da simplicidade, são métodos invasivos, significando a probabilidade de riscos para o animal e também impraticáveis em programas de saúde pública, nos quais um grande número de animais necessite de avaliação em curto espaço de tempo.
Visando evitar os problemas relacionados à demonstração do parasito, foram desenvolvidos métodos de diagnóstico não invasivos, sendo os que detectam anticorpos no soro do paciente os mais utilizados, já que os portadores de LVC apresentam hipergamaglobulinemia.
As provas sorológicas mais utilizadas são a imunofluorescência indireta (RIFI), ensaio imunoenzimático (ELISA), fixação de complemento e aglutinação direta. Inicialmente, a reação da fixação do complemento, que é uma técnica que detecta a presença de grandes quantidades de anticorpos séricos foi utilizada para o diagnóstico sorológico de LVC. Até recentemente, esta técnica era usada em inquéritos epidemiológicos de LVC, posteriormente substituída pela reação de imunofluorescência indireta, pois de modo geral as técnicas que utilizam os parasitos íntegros como antígenos são mais sensíveis que aquelas que usam antígenos solúveis.
A RIFI é amplamente utilizada no diagnóstico da LVC, apresentando elevadas taxas de sensibilidade mesmo quando se utiliza como antígeno outras espécies de Leishmania, tais como L. mexicana e L. braziliensis. No entanto, pode haver resultados falso positivos em alguns cães sadios resistentes que entraram previamente em contato com o parasito e resultados falso negativos em cães afetados que não produziram anticorpos (fase pré-patente). Neste caso, recomenda-se repetir a sorologia após seis a oito semanas. O ponto de corte situa-se no título igual a 1:40, a partir do qual o resultado é considerado positivo. O teste de ELISA consiste na reação de anticorpos presentes nos soros com antígenos solúveis e purificados de Leishmania obtidos a partir de cultura in vitro. Esse antígeno é adsorvido em microplacas e os soros diluídos (controle do teste e das amostras) são adicionados posteriormente. A presença de anticorpos específicos no soro vão se fixar aos antígenos. A visualização da reação ocorre quando adicionada uma anti-imunoglobulina de cão marcada com a enzima peroxidase, que se ligará aos anticorpos específicos caso estejam presentes, gerando um produto colorido que poderá ser medido por espectrofotometria. O resultado considerado soro reagente é aquele que apresente o valor da densidade ótica igual ou superior a três desvios-padrão do ponto de corte (CutOff) do resultado do controle negativo.
Essas duas técnicas sorológicas (RIFI e ELISA) são recomendadas pelo Ministério da Saúde para avaliação da soroprevalência em inquéritos caninos amostrais.
A sensibilidade das técnicas sorológicas e de demonstração do parasito, geralmente empregadas no diagnóstico da LVC em áreas endêmicas é geralmente insuficiente. As técnicas sorológicas necessitam de níveis elevados de anticorpos e não fazem distinção entre as fases da doença quando os níveis de anticorpos estão próximos ou no ponto de corte. Desta forma, os testes que identifiquem o antígeno por métodos que empregam a biologia molecular assumem grande importância. Dentre as técnicas existentes, a reação em cadeia da polimerase (PCR) tem se mostrado muito útil, tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento de cães com LVC, pelo aumento da sensibilidade associado à grande especificidade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza a eutanásia dos cães portadores da doença, associada a outras medidas de controle ambiental visando eliminação dos vetores e tratamento de pacientes humanos, embora reconheça as limitações do primeiro procedimento citado.
Essa estratégia, entretanto, tem apresentado resultados controversos, demonstrando que muitos aspectos relacionados ao papel do cão na epidemiologia de leishmaniose ainda não são conhecidos, sugerindo a necessidade de uma reformulação das medidas empregadas para seu controle.
Um aspecto importante, que provavelmente está associado com insucesso do controle da doença, refere-se aos critérios usados para a seleção dos cães a serem eliminados, que se baseia no diagnóstico por técnicas sorológicas (RIFI e ELISA). Estas metodologias não apresentam 100% de sensibilidade e especificidade, acarretando taxas de infecções subestimadas e conseqüentemente permitindo a manutenção de animais infectados nas áreas endêmicas.
Demonstra-se que a eutanásia seletiva de cães é um método de controle relativamente ineficiente, requerendo uma alta proporção de cães a serem mortos para se conseguir uma visível redução na transmissão da doença. A efetividade da eutanásia seletiva vai depender de um diagnóstico acurado, e os testes sorológicos disponíveis nos programas de controle não são eficientes em identificar todos os cães infectivos para o vetor, particularmente os cães no período latente entre a infecção e a infectividade. Além disto, há um longo intervalo entre o diagnóstico sorológico e a eutanásia, o que reduz a efetiva sensibilidade do diagnóstico.
Assim a especificidade do diagnóstico sorológico em identificar os cães infectivos se torna importante.Talvez em nenhuma outra doença dos cães o termo "tratamento efetivo" tenha tantos significados, pois apesar de recuperar clinicamente o animal, com concomitante diminuição da carga parasitária e dos títulos de anticorpos circulantes ocorre apenas diminuição de sua capacidade infectante para o inseto transmissor e, ainda, as recidivas são freqüentes, atingindo 75% dos casos no período de dois anos após o tratamento. Embora apenas os animais clinicamente doentes sejam submetidos ao tratamento, aqueles assintomáticos apresentam maiores chances de recuperação que aqueles com sintomas viscerocutâneos.
TRATAMENTO:
As principais drogas usadas na terapia da doença canina são antimoniato de meglumina, anfotericina B, alopurinol e animosidina.
O protocolo de tratamento mais aceito atualmente para o uso na terapia da LVC é de 100 mg/kg/dia/12 horas por três a quatro semanas SC ou IV. O tratamento deve ser mantido por mais 20 dias, caso os sinais da doença persistam. Essas drogas são de uso humano. O tratamento em cães era proibido e a pouco tempo caiu a portaria que proibia o tratamento de LVC, mas mesmo assim, depois de liberado, não é possível o uso desses medicamentos em animais.
O aparecimento de cepas resistentes é fato que provavelmente acontecerá com o uso de qualquer um dos fármacos, assim deve-se ter cuidado ao conduzir os tratamentos, com protocolos bem estabelecidos que retardem o aparecimento do problema.
O tratamento para leishmaniose visceral é um assunto muito polemico e ainda muito discutido. Muitos profissionais acham que o melhor é tratar o animal, enquanto outros acham e indicam a eutanásia. Mas hoje a eutanásia, por se tratar de uma zoonose e por uma questão de saúde pública é o que o Ministério indica, e é de notificação obrigatória. A vacinação não é eficaz ( Leishmune e Leishtec) e recentemente até saiu de mercado para um novo estudo.
PESSOAL,
Como ainda não foi passada a aula, nós fizemos o resumo através de artigos e também da aula do semestre passado e algumas anotações dessa aula da semana passada. Espero que ajude.
Grupo 5 : Juliana Pires, Talita Di Paula, Leandro e Tarsila
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Traqueobronquite Infecciosa Canina
Introdução
A traqueobronquite infecciosa
canina, também chamada de Tosse dos Canis é uma doença contagiosa de inicio
súbito que causa infecção respiratória com secreção naso-ocular e ataque agudo
de tosse. É causada principalmente pela bactéria Bordetella bronchiseptica e pelo vírus da parainfluenza canina, mas
outros vírus e bactérias podem estar envolvidos.
É uma doença sazonal mais frequente
nos meses frios.
A morbidade aumenta muito quando os animais estão em locais com alta densidade populacional, como em canis, hotéis ou pet shops. As formas mais comuns de transmissão são através do contato direto entre cães ou contato indireto, pelo ar através de secreções respiratórias (aerossóis), ou por fômites.
Animais a partir de 2 semanas de idade já são considerados susceptíveis, e apesar da morbidade ser alta a letalidade é baixa, podendo ocasionalmente ocorrer se houver infecção bacteriana secundária.
Nas infecções mistas de Bordetella bronchiseptica e parainfluenza canina, a injúria dos órgãos é maior e o animal poderá apresentar um quadro de pneumonia.
A morbidade aumenta muito quando os animais estão em locais com alta densidade populacional, como em canis, hotéis ou pet shops. As formas mais comuns de transmissão são através do contato direto entre cães ou contato indireto, pelo ar através de secreções respiratórias (aerossóis), ou por fômites.
Animais a partir de 2 semanas de idade já são considerados susceptíveis, e apesar da morbidade ser alta a letalidade é baixa, podendo ocasionalmente ocorrer se houver infecção bacteriana secundária.
Nas infecções mistas de Bordetella bronchiseptica e parainfluenza canina, a injúria dos órgãos é maior e o animal poderá apresentar um quadro de pneumonia.
A via de infecção é a mucosa nasal.
Sinais Clínicos
Na infecção por Bordetella bronchiseptica a tosse é paroxística e pode durar mais de duas semanas, e os sinais clínicos aparecem entre 4 a 7 dias após a exposição. A tosse pode aparecer em vários graus, e pode haver secreção nasal purulenta. Se houver infecção secundária os sinais podem se agravar e ocorre hipertermia, anorexia e dispnéia.
A tosse pode ser produtiva ou
improdutiva, e é chamada de “tosse de ganso”. Geralmente piora com o exercício
físico. Pode haver também engasgo, ânsia de vômito e corrimento nasal.
Há duas formas de apresentação
clínica da doença. Uma delas é quando o animal é vacinado contra o adenovirus
canino tipo 1 e o vírus da cinomose, que podem estar envolvidos na
traqueobronquite infecciosa canina. Este animal irá apresentar tosse seca, sem
febre e sintomas brandos. O edema associado com laringite pode resultar numa
tosse descrita como roncador, acompanhada de reflexo de vomito. O muco expelido
pode ser espumoso ou despercebido pelo proprietário. O tempo clinico da doença é
de 1 a 3 semanas podendo levar a uma pneumonia.
A outra forma em cães normalmente sem vacinação ou exposição prévia ao agente. Nesta forma, os sinais clínicos são mais severos. A tosse pode não ser produtiva, com ou sem rinite e com secreção nasal e ocular mucóide a mucopurulenta. A tosse parece causar dor. Pode ocorrer tonsilite, rinite e conjuntivite, e ao exame físico o animal se apresenta febril e letárgico, anoréxico ou dispnéico.
A outra forma em cães normalmente sem vacinação ou exposição prévia ao agente. Nesta forma, os sinais clínicos são mais severos. A tosse pode não ser produtiva, com ou sem rinite e com secreção nasal e ocular mucóide a mucopurulenta. A tosse parece causar dor. Pode ocorrer tonsilite, rinite e conjuntivite, e ao exame físico o animal se apresenta febril e letárgico, anoréxico ou dispnéico.
Diagnóstico
Em geral não há preocupação em
realizar diagnostico definitivo e sim descobrir se há uma complicação da doença.
O diagnostico clinico é
baseado no histórico do animal, nos sinais clínicos e na resposta do animal ao
tratamento.
Em laboratório podem ser
realizadas culturas bacterianas da secreção da aspiração transtraqueal, lavagem
traqueal ou bronquioalveolar ou “swabs” estéreis do epitélio traqueal para
definir os organismos causadores da doença.
Na tosse dos canis não
complicada não haverá características notáveis em radiografias torácicas. Na
infecção combinada com a parainfluenza canina haverá consolidação lobar
aumentada.
Tratamento
Os casos sem complicação se
resolvem sem tratamento dentro de 4 dias a 3 semanas. Mas o desconforto do
animal e o incômodo para o proprietário justifica o tratamento.
Antibiótico: é usado para
evitar a colonização da Bordetella bronchiseptica nas vias aéreas
inferiores e caso ocorra uma infecção respiratória mais profunda.
Amoxicilina + clavulanato de potássio por 21 dias.
Amoxicilina + clavulanato de potássio por 21 dias.
O animal deve apresentar
melhora dentro de 3 a 5 dias da antibioticoterapia.
Antitussígeno: São indicados
somente se a tosse for improdutiva e persistente. Seu uso excessivo pode
induzir comprometimento da ventilação e reduzir a expectoração, retendo secreções
e diminuindo a eliminação das bactérias, portanto não é recomendada.
Nebulização: Os pacientes que
se beneficiam são os que tem acúmulo excessivo de secreções nos brônquios e na traquéia.
Vacinação: Uma dose de vacina
intranasal pode ter benefícios terapêuticos. Os cães estarão protegidos por 2
anos após a infecção pela parainfluenza canina e aproximadamente 1 ano após a
infecção de Bordetella.
Em filhotes a vacinação é
intranasal, sendo mais eficaz devido a interferência dos anticorpos maternos e
em cães adultos a vacinação pode ser via parenteral. Porém, se o cão estiver
muito debilitado é preferível a vacinação intranasal pois induz a imunidade
local.
Controle
Para evitar a disseminação da
doença, os animais suspeitos deverão ser mantidos isolados por mais de 2
semanas, a partir do aparecimento dos primeiros sinais. Quando possível, é
preferível a permanência do animal na casa do proprietário.
Para prevenir o
desenvolvimento da doença em locais com alta densidade populacional é
importante realizar a vacinação, limpeza e desinfecção das instalações e
ventilação adequada.
Considerações de saúde pública:
Há relatos de casos de
pneumonia por B. bronchiseptica em
humanos.
A Bordetelose humana é uma das
infecções respiratórias mais comuns em crianças e adultos imunossuprimidos.
Pessoas submetidas a traqueostomia ou entubação endotraqueal apresentam alto
risco de infecção.
Em crianças ou adultos
imunossuprimidos que tiverem contato apenas com cães domiciliados o risco de se
infectar por esses animais será pequena.
Segue um link para um boletim técnico feito pela Fort Dodge sobre a
Traqueobronquite Infecciosa Canina que contém mais algumas informações.
Erliquiose Canina ou EMC
Agente: Ehrlichia spp. – Causam riquetsiose transmitida por
carrapato, espécie que acomete os cães é a E.canis (intracitoplasmático em
leucócitos circulantes), E. ewingii (erliquiose granulocítica canina).
INTRODUÇÃO
O primeiro registro dessa enfermidade no Brasil foi em
1973, na cidade de Belo Horizonte. Teve
diversas nomenclaturas no passado como: pancitopenia tropical canina,
riquetsiose canina, tifo canino, síndrome hemorrágica idiopática, febre
hemorrágica canina, moléstia do cão
rastreador e, atualmente é denominada erlichiose monocítica canina
(EMC).
Conhecendo a doença
A Erliquiose de maneira simples é causada por uma bactéria
Gram (–) intracelular obrigatória que se instala em células brancas do sangue.
Transmitida para o cão sadio através da saliva pelo vetor Rhipicephalus sanguineus conhecido como carrapato vermelho ou por
transfusões sanguíneas. Presente o agente no hospedeiro, ele apresenta um período
de incubação de 8 á 20 dias , para assim apresentar seus primeiros sinais
clínicos, que variam de acordo com a fase da doença, condições imunes do
hospedeiro, o tipo de cepa e espécie de Erlichia.
Na fase aguda (primeiras manifestações), o microorganismo se multiplica
dentro de determinadas células e em alguns órgãos como fígado, baço e
linfonodos provocando hiperplasia dos mesmos. É comum apresentar febre,
prostração, anorexia , petequias e equimoses em pele e mucosas, e
principalmente leucopenia. *Anemia é fator de extrema importância para o
tratamento e prognostico da doença, já que o carrapato também pode carregar o
agente da babesiose e ter uma infecção concomitante ( o protozoário babesia spp
se instala no citoplasma das hemácias destruindo-as intensificando a doença e
aumentando o risco de vida do paciente se não detectado antecipadamente).Esta
tem caracter regenerativo (hemácias normociticas e normocromicas) podendo
evoluir para arregenerativa (hemácias alteradas sem presença de eritrócitos) já
em outros casos pode-se ate nem haver anemia ( lembrando que o tempo de vida
das hemácias é de 4 meses) variando sempre com as condições imune-agente e com
o diagnostico precoce, sendo alguns casos a transfusão sanguínea a única forma
de correção anêmica. O grande fator característico da doença é a grave
trombocitopenia, que pode provocar hemorragias internas ou epistaxe por
exemplo. Esta fase pode durar de 2-4 semanas se o animal conseguir eliminar o
microorganismo.
A fase subclínica ocorre de 6 a 9 semanas após
a inoculação. O cão se torna portador do microorganismo, porém sem manifestar
sinais de doença. Esta fase pode durar até 5 anos após infecção, podendo
evoluir para fase crônica ou em alguns cães a
infecção pode ser persistente e, quando o sistema imunológico do animal não for
capaz de combater e eliminar a bactéria, este apresentará esta fase. Os
sintomas são praticamente os mesmos so que de maneira intensificada com
ocorrências de uveíte. O grande problema esta quando a Erlichia alcança a
medula, hipoplasia de medula (pancitopenia) nestes a doença adquire características de doença auto-imune,
comprometendo todo o sistema imunológico, reduzindo as defesas para infecões
secundarias e ocorrendo ate mesmo problemas neurológicos e sequelas que podem
ou não ser irreversíveis.
IMAGENS
Vetor
Ciclo do parasita
Exame citológico: presença da erlichia em um Neutrófilo sanguíneoreparar no comprometimento das
hemácias em volta
Tratamento
O tratamento
a seguir esta baseado em um estudo feito nos EUA com dois grupos de nove cães,
onde no grupo A foi utilizado Doxiciclina e no grupo B Imidocarb. Em ambos os
processos o resultado deu certo, os dois fármacos funcionaram.
A doxiciclina é absorvida com rapidez quando administrada por
via oral. A distribuição é ampla pelo coração, rins, pulmões, músculo, fluido
pleural, secreções brônquicas, bile, saliva, fluido sinovial, líquido ascítico
e humores vítreo e aquoso. A doxiciclina é mais lipossolúvel e penetra nos
tecidos e fluidos corporais melhor que o cloridrato de tetraciclina e a
oxitetraciclina. A eliminação da doxiciclina se dá primariamente através das
fezes por vias não biliares, na forma ativa.
Associar a doxiciclina com um protetor gástrico, sempre, pois
este fármaco provoca náusea, êmese e diarréia.
Em muitos
casos, clínicos veterinários, associam ambos os fármacos, pois a erliquiose
está associada a Babesia e Hepatozoo (as quais nem sempre são diagnosticadas).
É necessário, pelo menos, 21 dias de tratamento.
É importante
considerar que o Imidocarb é um fármaco considerado hepatotóxico para filhotes,
então nesse caso podemos utilizar a doxiciclina.
grupo 4 (André, Iane, Marcela e Paloma) - 12/09/14
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Leptospirose - Resumão
LEPTOSPIROSE
Agente:
Leptospira interrogans - patogênico.
Leptospira biflexa - saprófita.
Hospedeiro Natural:
Rattus rattus; Mus muscullus; Rattus novergirus.
http://www.comunidades.net%2Findex.php%3Fpagina%3D1585573143_02&ei=q14vUuvxB4mk9ASBmoCoBg&psig=AFQjCNHkFWN_HuP77GCDDPNXDbIkaK45lg&ust=1378922325690040
Reservatórios: animais domésticos (portadores : temporários – 6 meses; permanente – 2 anos; covalescentes – rim); silvestres.
Fonte de infecção: animais infectados.
Via de eliminação: urina sêmen; liquido vaginal; sangue.
Via de transmissão: água ou solo; urina; sangue; alimentos contaminados(ração).
www.noticiasdeitauna.com.br
https://www..facebook.com/caminhodosbichos
humanos: hipertermia; cefaleia; mialgia; êmese; hematoquesia; icterícia; IRA.
jonildogloria.blogspot.com
Determinantes da doença: estado imunológico do hospedeiro; virulência do sorovar infectante; número de organismos invasores.
Diagnóstico: epidemiologia; dados clínicos/ patológicos e exames inespecíficos (prova de função hepática; urinálise e hemograma.
Exames laboratoriais: Direto: presença de bactérias (teste de soroaglutinação microscópica).
Indireto: pesquisa de anticorpos.
Controle e Profilaxia: E.P.I. ; cuidados com a exposição à água; desinfecções com cloro ; combate aos roedores.
Agente sensível à: leite; desinfetantes comuns; 5 min em HCl a 2%, fenóis, formalina, CaCl² ; calor 10-15 min a 50° C.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Leptospirose
Casos de Leptospirose no Brasil
Indicamos a leitura destas reportagens para mostrar que a doença tem aparecido com bastante frequencia e para aprimorar o conhecimento.
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/leptospirose/index.php?p=4944
http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2013/07/joao-pessoa-registra-26-mortes-por-leptospirose-em-sete-meses-de-2013.html
http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/07/surto-de-leptospirose-preocupa-em-acrelandia.html
Estamos a disposição para esclarecer possíveis dúvidas que vieram a surgir.
Grupo 3: Leptospirose
Daniela Albano, Dayane M., Priscila Almeida e Viviane Faggionato
Indicamos a leitura destas reportagens para mostrar que a doença tem aparecido com bastante frequencia e para aprimorar o conhecimento.
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/leptospirose/index.php?p=4944
http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2013/07/joao-pessoa-registra-26-mortes-por-leptospirose-em-sete-meses-de-2013.html
http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/07/surto-de-leptospirose-preocupa-em-acrelandia.html
Estamos a disposição para esclarecer possíveis dúvidas que vieram a surgir.
Grupo 3: Leptospirose
Daniela Albano, Dayane M., Priscila Almeida e Viviane Faggionato
Leptospirose
Principais pontos da aula
Aspectos Epidemiologicos:
- ZOONOSES!
- É de
notificação obrigatória, mesmo na suspeita;
- Ocorre no
período das águas;
- Doença endêmica
e esta diretamente relacionada com a falta de saneamento básico;
Agente etiológico:
- As espécies
Rattus rattus, Mus muscullus e Rattus norvergicus são portadores da Leptospira;
- Existem mais
de 200 sorovares da Leptospira, sendo que a vacina age apenas contra alguns
sorovares;
- Um mesmo
animal pode albergar mais de um sorovar;
- Não há
proteção cruzada;
Transmissão:
- As espécies
Rattus rattus, Mus muscullus e Rattus norvergicus são portadores da Leptospira;
- Pode ocorrer
pela urina, sêmen e líquidos vaginais e pelo sangue;
- Um animal
contaminado não elimina leptospiuria pelo resto da vida, podendo ser até 2
anos;
Leptospirose Felina:
Antigamente
acreditava-se que o gato era refratário, porém hoje se sabe que ele produz
anticorpos, assim ele se torna resistente a Leptospira.
Diagnóstico:
- Será obtido
através da junção da epidemiologia, os dados clínicos e exames laboratoriais.
- Por não ser
uma bactéria gram + ou -, ela só cora pelo método de impregnação de prata;
- O principal
método indireto é o teste de soroaglutinação microscópica (SAM)
Controle e
Profilaxia:
- Tirar água,
alimento, acesso e abrigo de ratos;
- Higiêne,
remoção e destino adequado de excretas do animal;
- Não deixar
ração a vontade, principalmente durante a noite;
- Vacinação
anual;
Tratamento:
- Uso de
antibioticoterapia;
- Estreptomicina
é a de escolha, pois ela age nos túbulos renais diminuindo a leptospiuria;
- Muitos
veterinários tem medo de usá-la, pois é nefrotóxica quando usada com frequência
e por longos períodos, porém o tratamento para leptospirose é curto;
Leptospirose
LEPTOSPIROSE
A
leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente
grave, causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans. É uma zoonose
(doença de animais) que ocorre no mundo inteiro.
Bactéria
do gênero Leptospira, microrganismo helicoidal (espiroqueta), aeróbio
obrigatório.
Sobrevive em ambientes úmidos (lama e água com temperatura em torno de 27°C) quando desprovido de cloreto de sódio; desenvolve-se idealmente em pH alcalino e é pouco resistente ao calor. É sensível aos ácidos, álcalis e ao hipoclorito de sódio.
São conhecidas 7 espécies patogênicas: L. interrogans sensu stricto, L. santarosai, L. borgpetersenii, L. kirschneri, L. noguchi, L. weilii, L. alexanderi.
Três espécies não são definidas quanto ao status de patogenicidade: L. fainei, L. meyeri e L. inadai e pelo menos duas pertencem ao grupo de leptospiras não patogênicas: L. biflexa sensu stricto e L. wolbachi.
Cerca de 200 sorovares (ou sorotipos) patogênicos, agrupados em vários sorogrupos, já foram identificados até o momento. Os mais conhecidos são icterohaemorrhagiae, copenhageni, canicola, pomona.
Sobrevive em ambientes úmidos (lama e água com temperatura em torno de 27°C) quando desprovido de cloreto de sódio; desenvolve-se idealmente em pH alcalino e é pouco resistente ao calor. É sensível aos ácidos, álcalis e ao hipoclorito de sódio.
São conhecidas 7 espécies patogênicas: L. interrogans sensu stricto, L. santarosai, L. borgpetersenii, L. kirschneri, L. noguchi, L. weilii, L. alexanderi.
Três espécies não são definidas quanto ao status de patogenicidade: L. fainei, L. meyeri e L. inadai e pelo menos duas pertencem ao grupo de leptospiras não patogênicas: L. biflexa sensu stricto e L. wolbachi.
Cerca de 200 sorovares (ou sorotipos) patogênicos, agrupados em vários sorogrupos, já foram identificados até o momento. Os mais conhecidos são icterohaemorrhagiae, copenhageni, canicola, pomona.
Transmissão:
O
rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela
infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com
seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais
sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal.
A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no
solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino.
A
L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca)
ou através da ingestão de água e
alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele
facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando
a exposição é prolongada. Os seres humanos são infectados casual e
transitoriamente, e não tem importância como transmissor da doença.
Bibliografia:
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Zoonoses Urbanas causadas por Helmintos
Boa noite pessoal!!! Essa semana nós estudamos a respeito de Zoonoses urbanas causadas por Helmintos, como o conteúdo da aula foi grande e com muita informação, nós escolhemos duas doenças que achamos mais interessantes para postar. Conseguimos dois artigos que passarei o link aqui e gostaríamos de discutir o assunto com todos nos comentários:
O primeiro link fala a respeito da Febre Maculosa no Brasil, e como é uma doença pouco conhecida entre as populações achamos interessante mostrar um pouco sobre ela
http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=37
O segundo link fala a respeito de Ancylostoma sp, um geo-helminto potencialmente zoonótico
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0037-86822011000100027&script=sci_arttext
Após a leitura dos artigos quem quiser pode expor opiniões e dúvidas para conversarmos sobre o assunto.
Obrigada,
Postagem feita pelo Grupo 2!!!
O primeiro link fala a respeito da Febre Maculosa no Brasil, e como é uma doença pouco conhecida entre as populações achamos interessante mostrar um pouco sobre ela
http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=37
O segundo link fala a respeito de Ancylostoma sp, um geo-helminto potencialmente zoonótico
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0037-86822011000100027&script=sci_arttext
Após a leitura dos artigos quem quiser pode expor opiniões e dúvidas para conversarmos sobre o assunto.
Obrigada,
Postagem feita pelo Grupo 2!!!
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