quarta-feira, 30 de outubro de 2013


Mormo            

O agente etiológico é A Burkholderia mallei um bastonete Gram negativo, sem capsula, imóvel e com 0,5mm de espessura. A B. mallei é um parasita obrigatório, bem adaptado ao seu hospedeiro, mas não persiste no ambiente. São sensíveis à ação da luz solar, calor e desinfetantes comuns e dificilmente sobrevive em ambientes contaminados por mais de seis semanas.



Os equinos, muares e asininos são as espécies normalmente afetadas. Os carnívoros também podem se infectar ao ingerir carne contaminada. No homem a doença é fatal.

É uma doença de notificação imediata, incurável, letal, de potencial zoonótico e constante da lista da Organização Mundial de Saúde Anima (OIE)

A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratórias, genital e cutânea e a disseminação do agente no ambiente ocorre pelos alimentos, água e fômites principalmente cochos e bebedouros.

Na patogenia o agente penetra a mucosa intestinal e em seguida, atinge a corrente sanguínea, levando o animal a uma septicemia(forma aguda) e posteriormente bacteremia(forma crônica). Nos animais infectados formam-se lesões primarias no ponto de entrada(faringe), expandindo-se para o sistema linfático onde produzem lesões nodulares

Os sinais clínicos mais frequentes são: febre, tosse e corrimento nasal.

Forma nasal:

• clinicamente começa com uma febre alta, perda de apetite e dificuldade respiratória com tosse; 

• presença de descarga muco purulenta, amarela esverdeada, viscosa e altamente infecciosa, que causa crostas ao redor das narinas;

• descarga ocular purulenta;

• nódulos na mucosa nasal, podendo evoluir para úlceras.

 Forma pulmonar:

 • normalmente requer vários meses para desenvolver; primeiro se manifesta através de febre, dispnéia, tosse paroxística ou uma tosse seca persistente acompanhada de dificuldade respiratória;

• diarréia e poliúria também podem ocorrer; todos levando a uma perda progressiva da condição.

 Forma cutânea:

 • desenvolve insidiosamente durante um período prolongado; começa com tosse e dispnéia geralmente associada com períodos de exacerbação levando a debilitação progressiva;

 • os sinais iniciais podem incluir febre, dispnéia, tosse e aumento dos gânglios linfáticos





 

 

O diagnostico consiste na associação dos aspectos clínicos epidemiológicos, anatomo histopatológicos, teste sorológicos como a fixação do complemento e reação imunoalergica ( maleinização)

Testes Sorológicos e de Maleína:

 • Teste de Maleína (um teste prescrito para o comércio internacional) – derivado protéico purificado de maleína (PPD) disponível comercialmente: 

- ensaio intradermo-palpebral: mais sensível, confiável e específico

- teste oftálmico: menos confiável do que o teste intradermo-palpebral

- teste subcutâneo: interfere com o diagnóstico sorológico subseqüente de forma que os outros dois ensaios de maleína são preferenciais.

 • Teste de Fixação de Complemento (um teste prescrito para o comércio internacional):

 - não tão sensível como o Teste de Maleína

- apresenta 90 -95% de acurácia; soro positivo dentro de 1 semana de infecção e mantendo-se positivo em caso exacerbação do processo crônico

 

Diagnostico diferencial:

• Garrotilho (Streptococcus equi)

• Linfangite Ulcerativa (Corynebacterium pseudotuberculosis)

• Botriomicose

• Esporotricose (Sprortrix schenkii)

•Pseudotuberculose (pseudotuberculosis Yersinia)

• Linfangite Epizoótica (Histoplasma farciminosum)

• Varíola Equina

• Tuberculose (Mycobacterium tuberculosis)

• Trauma e Alergia



Prevenção e Controle

Profilaxia Sanitária

• a prevenção e o controle das epizootias de mormo depende de um programa de detecção precoce e a eliminação dos animais positivos em conjunto com estrito controle de movimento animal, quarentenas eficazes e completa limpeza e desinfecção das áreas onde ocorreram os surtos

• carcaças de animais infectados devem ser queimadas e enterradas

• todos os materiais descartáveis das instalações positivas (alimentação e cama de baia) devem ser queimados ou enterrados e os veículos e equipamentos devem ser cuidadosamente desinfetados

Profilaxia Médica

• tratamento com antibióticos têm sido utilizados nas zonas endêmicas:

- isso pode levar animais ao estado de portador inaparente que poderá infectar humanos e outros animais

• Tratamentos experimentais eficazes incluem: doxiciclina, ceftrazidime, gentamicina, estreptomicina e combinações de sulfazine ou sulfamonomethoxine com trimetoprim

• a taxa de mortalidade pode chegar a 95% se nenhum tratamento for administrado.

 

Noticias sobre o Mormo no Brasil

Bahia confirma o segundo caso de mormo: http://www.cfmv.org.br/portal/destaque.php?cod=1321

CFMV envia ao MAPA sugestões para consulta publica sobre as normas para a vigilância do mormo no pais:


MAPA abre consulta publica para normas e regras da vigilância do mormo no Brasil:


 

Bibliografia:



 
Postagem grupo 1: Carla, Gilvana, Juliana Cabral, Natália                                   

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013





RAIVA URBANA

INTRODUÇÃO:

A Raiva é um doença popularmente conhecida como doença do cachorro louco, é uma antropozoonose comum ao homem e aos animais, principalmente, aos mamíferos, provocada pelo vírus rábico contido na saliva dos animais infectados, ocasionando uma encefalite viral aguda. A raiva não tem distribuição uniforme. Existem áreas livres de endemias, áreas com baixa endemia e outras de formas epidêmicas,  causada pelo Lyssavirus, da família Rhabdoviridae com oito genótipos que transmite a doença Através da inoculação do vírus presente na saliva do animal infectado, em geral por mordida, e mais raramente por arranhaduras ou lambeduras de mucosas ou pele com solução de continuidade.
As espécies mais acometidas são os animais domésticos principalmente cães e gatos, animais silvestres: macaco, lobo, gato do mato, graxaim, guaxinim, raposa, gambá e todas as espécies de morcegos e os seres humanos.
É uma doença de notificação compulsória, devendo ser informada pelo meio mais rápido disponível e de investigação epidemiológica com busca ativa, para evitar a ocorrência de novos casos e óbitos
.
Os animais infectados ficam agressivos e tem alterações comportamentais. Tem alta mortalidade, porém baixa morbidade. A incubação varia de dias a anos. Quando os sinais da doença aparecem geralmente não há mais tratamento e a morte é certa, a doença se desenvolve muito rápido a partir dos primeiros sinais.
Depois de penetrar no organismo o vírus atinge as terminações nervosas, migrando para o sistema nervoso central, quando as medidas profiláticas já se tornam inúteis.

Forma de transmissão:
Através da inoculação do vírus presente na saliva do animal infectado, em geral por
mordida, e mais raramente por arranhaduras ou lambeduras de mucosas ou pele com
solução de continuidade.

 
Agente etiológico:
- Muito sensível às mudanças do meio ambiente, o vírus RNA envelopado é mais sensível a mutações;
- Lyssavirus: determina sua origem e o vírus possui variações:
1. Variante 1: cães e gatos.
2. Variante 2 e 3: morcego.
Para montar a cadeia epidemiológica, é importante saber a variante.
Se o morcego for infectado por cão ou gato, ele pode contar a variante 1. Embora eles se assustem com os seres humanos, entre eles são muito sociáveis.

 

Sinais Clínicos:
Nos humanos: Hiperestesia, paralisia muscular, hipersensibilidade aos estimulos sensoriais, miofasciculações e dificuldade de coordenacao motora, seja voluntaria ou involuntaria.










Nos animais: Inquietude, prurido no local da inoculação do vírus, tendência a atacar objetos, pessoas e animais. Alterações da tonalidade do latido (latido bitonal) e dificuldade para deglutir.


Diagnóstico:

Imunofluorescência direta (IFD) + prova biológica




Controle e profilaxia:

Controle da fonte de infecção: animais de rua, guarda responsável, conscientização da população e campanhas de castração e vacinação (a vacina da raiva previne as três variantes).Imunização de trabalhadores da área da saúde.

Em caso de acidente deve lavar a ferida para diminuir a carga infectante, com muita água e sabão.
Encaminhar o acidentado para um posto de saúde para vacinação o mais rápido possível e observar o animal por 10 dias para ver se existe a evolução da doença.

Curiosidade: A raiva tem sido associada ao folclore vampírico. O Dr. Juan Gómez-Alonso, neurologista no Hospital Xeral em Vigo, Espanha, examinou esta possibilidade num relatório publicado no periódico Neurology A susceptibilidade a alho e à luz pode resultar da hipersensibilidade, um dos sintomas da raiva. A doença pode também afectar partes do cérebro, causando um distúrbio nos padrões normais do sono (e assim um comportamento noturno) e hipersexualidade. Lendas antigas diziam que um homem não tinha raiva se conseguisse olhar para o seu próprio reflexo - uma alusão à lenda sobre vampiros não terem reflexo. Lobos e morcegos, que são muitas vezes associados a vampiros, podem ser portadores de raiva. A doença pode também levar a um desejo de morder os outros e a espumar sangue da boca.


No link segue um trabalho cientifico que é uma revisão da doença raiva: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa%20nacional%20dos%20herbivoros/revis%C3%A3o%20sobre%20raiva.pdf

Grupo; Flavia, Marcella França e Ludmila!